10/03/2011

É com proibições que resolvemos os problemas sociais?



Assunto recentemente comentado a nível mundial, as shag bands em inglês ou para nós “pulseirinhas do sexo” que estão repercutindo devido a febre entre as crianças, pré-adolescentes e adolescentes de todo mundo e também pela sua conotação supostamente de um jogo sexual.

Esse jogo chamado Snap (termo inglês: estourar, arrebentar) surhiu 80 na Inglaterra, com as mesmas pulseirinhas de silicone e coloridas, mas ressurgiu atualmente nas escolas britânicas entre pré-adolescentes e crianças. Seria a nova moda do momento, um novo código social para os grupos.

O uso das pulseiras coloridas no Brasil estourou no fim do ano passado e era muito vendida, em qualquer camelô, ou no trem e diversos lugares você poderia encontrar elas a um preço bem acessível. Era muito comum ver o pessoal nas escolas, na rua usando dezenas delas em seus braços.

A discussão sobre o acessório surgiu porque se descobriu que ele não era apenas algo que a galera achava legal e bonito de se usar, mas era também uma brincadeira que envolvia coisas a mais.

As cores das pulseirinhas tem significados e ações, por exemplo a amarela significa dar um abraço, roxa beijo de língua, a laranja seria uma mordida com carinho. Você deve estra pensando nossa quanta repercussão por nada, mas supostamente existem outras cores e outros sentidos como: a pulseira rosa onde a menina mostra os seio, a dourada o menino e a menina fazem sexo oral simultâneo e até a transparente que seria sexo com parentes consanguíneos entre outros.

Os atos referentes as cores são praticados quando uma pessoa arrebenta a pulseirinha que você está usando, então nós entendemos que essa brincadeira é algo muito perigoso para quem está com elas, que qualquer pessoa pode quebrar a pulseira e obrigar a realizar o que a cor dela representa.

Então para “resolver” esse problema temos que proibir o uso para “proteger” as crianças, pré-adolescentes e adolescentes que estão usando. Mas será essa a melhor solução? A questão seria resolvida com essa medida? Reflita um pouco sobre isso, se essa medida é a melhor a se tomar.

Um caso em especial chamou atenção da população brasileira para esse assunto, uma adolescente de 13 anos foi estuprada na cidade de Londrina (PR), por estar usando utilizando as “pulseirinhas do sexo”. A mãe da menina relatou a polícia que a estudante foi abordada após seu período de aula por 4 adolescentes, um deles arrancou uma das pulseiras e disse que ela devia uma prenda.

Após arrebentar a pulseirinha, foi marcado para a menina e os garotos se encontrarem em um terminal de transporte público no centro da cidade, todos foram para casa de um dos meninos onde a adolescente foi violentada. Todos os adolescentes envolvidos nessa história não se conheciam.

Depois do acontecido no Paraná se deu uma repercussão enorme nos grandes meios de comunicação do país, muito foi falado, mas poucas propostas de possíveis soluções para o problema foram indicadas.

Com isso, a medida mais apoiada pela a sociedade que vivemos é? PROIBIR! Foi o que ao menos 7 cidades brasileiras proibiram de alguma forma o uso: Rio de Janeiro, Manaus, Campo Grande e Londrina estão proibidas o uso e a venda. Já nas cidades de Sertãozinho, Maringá e Navegantes foi proibido utiliza-las nas escolas.

Por que ao invés da proibição não buscamos formas de conscientizar as juventudes, adolescencias e infâncias sobre significado do uso da pulseira e a partir disso, discutir sexualidade? Pode ser um modo melhor de se agir ao invés de reprimir, mascarando a situação e dando por resolvida. Santiago Plata Garces, 16 anos de Goiânia, fala o que ele pensa ser o mais certo a fazer: “Acho que melhor do que proibir é ensinar e educar, conversar de uma forma mais clara e aberta sobre sexualidade.”

O problema é o rumo que a brincadeira tomou, com vitimas possivelmente pela a utilização do acessório sendo violentadas e até indícios de assassinatos pelo simples fato de estar usando uma pulseirinha. Será que falar sobre sexualidade não fosse um tabu dentro das nossas casas, das escolas nós estaríamos passando por esse assunto? “É necessária uma maior educação sobre a sexualidade sem que seja ao banal, mas também que não se torne algo livre, ao ponto do que ocorre com as pulseiras”, completa Santiago.

Há anos atrás a brincadeira era outra como “salada mista”, depois surgiram outras e outras, até chegarmos as pulseiras coloridas que são apenas, mais uma maneira dos adolescentes e crianças manifestarem sua sexualidade em uma forma de comunicação, pois cada pulseira tem seu significado.


Por Carolina Santos e Eric Silva

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